Obrigatoriedade terá início em maio
Uma atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), feita em agosto pelo Ministério do Trabalho e Emprego, ampliou as condições a serem analisadas no processo de gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (SST). A partir de maio, as empresas terão de avaliar, também, seus riscos psicossociais, ou seja, como a organização do trabalho e as relações interpessoais experimentadas no ambiente corporativo impactam a saúde dos colaboradores.
Enquanto a organização deficiente traduz-se, por exemplo, em carga de trabalho ou metas excessivas, falta de autonomia e condições precárias, as relações tóxicas decorrem de clientes difíceis, comunicação ineficaz, falta de apoio da liderança, conflitos interpessoais e assédio, entre outros fatores.
A menção explícita dessas condições entre os demais riscos à saúde do trabalhador pode ser explicada pelo aumento de casos de afastamentos por transtornos mentais decorrentes do trabalho, como depressão, ansiedade e síndrome do esgotamento profissional ou burnout.
Dados do Instituto Nacional do Seguro Social colocam problemas relativos à saúde mental como a terceira causa de afastamento do trabalho em 2023. Reforçando essa tese, uma pesquisa realizada pela Infojobs em setembro último indica que mais de 80% dos entrevistados foram afastados ou conheceram quem foi afastado do trabalho pelo mesmo motivo. O estudo aponta, ainda, que menos de 30% das empresas estão preparadas para enfrentar o problema.
As mudanças na NR-1 visam reverter esse quadro fazendo com que empresas de todos os portes passem a avaliar e identificar seus riscos psicossociais, adotando as medidas necessárias para corrigi-los e preveni-los.