Regulamentação, no entanto, exclui 694 produtos da tarifa adicional
Dia 30, o governo dos Estados Unidos divulgou a ordem executiva que impõe tarifa adicional de 40% a mais da metade dos produtos importados do Brasil. Esse percentual será somado à taxação de 10% aos produtos brasileiros anunciada em abril, totalizando uma alíquota de 50% para muitos produtos nacionais exportados para os EUA. O assim denominado tarifaço passa a valer dia 6.
A medida exclui da tarifação vários itens que poderiam impactar negativamente a economia norte-americana. Na relação de produtos isentos da tarifa adicional estão suco de laranja, castanhas brasileiras, aeronaves civis, veículos de passageiros e peças, minerais e minérios, químicos e fertilizantes, entre outros.
Embora as exceções representem 43,4% das exportações brasileiras, segundo estimativa da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), itens de grande relevância na balança comercial nacional pagarão tarifa cheia. É o caso, por exemplo, do café, das frutas, das carnes e dos pescados.
Ao mesmo tempo em que busca negociar com o governo norte-americano, o governo brasileiro prepara um plano de contingência para socorrer os setores atingidos. Segundo declarações dadas por ministros, as medidas incluem linhas de crédito, compras governamentais, ações específicas para empresas que fazem produtos sob demanda para o mercado estadunidense e programas de proteção de emprego nos moldes dos adotados durante a pandemia.
Paralelamente ao governo federal, alguns governos estaduais já divulgaram ações para atenuar o impacto da taxação para as empresas exportadoras. Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Norte e São Paulo divulgaram a liberação de créditos acumulados do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), além de facilitar o acesso a linhas de crédito específicas. O financiamento público também foi adotado por Goiás e Rio Grande do Sul.