Recentemente, a Receita Federal do Brasil (RFB) publicou um estudo que contrapõe informações divulgadas pelo relatório “Doing Business”. Enquanto a pesquisa do Banco Mundial aponta que o empreendedor brasileiro perde 2600 horas (108 dias) por ano para atender às obrigações fiscais, a pesquisa do fisco diz que este tempo é de aproximadamente 600 horas (25 dias).
O trabalho da RFB foi feito em parceria com a Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon), seguindo parâmetros idênticos aos utilizados no “Doing Business”. Cinco escritórios de contabilidade participaram da pesquisa que registrou as seguintes médias: 373,2 horas gastas com Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços, Imposto sobre Produtos Industrializados e contribuições; 116 horas com a contabilidade do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido; e 97,2 horas com a folha de pagamento.
No quesito horas anuais gastas para pagamento de tributos, o Brasil ficava em último lugar entre os 189 países observados no levantamento do Banco Mundial de 2015. Mesmo com a redução observada na pesquisa da RFB, ficaria na 178ª posição, à frente apenas de República do Congo (602 horas), Senegal (620 horas), Camarões (630 horas), Equador (654 horas), Chade (732 horas), Mauritânia (734 horas), Venezuela (792 horas), Vietnã (872 horas), Líbia (889 horas), Nigéria (907,9 horas) e Bolívia (1025 horas).