Na gestão contábil, o líder deve estar próximo do cliente empresário para garantir soluções customizadas e, assim, fidelizá-lo, garante especialista
As transformações do mercado e os desafios de gestão que vêm com elas podem afastar o gestor contábil de seus clientes. Ao mesmo tempo em que a entrega de serviços e execução de processos operacionais é fundamental para a manutenção do negócio, o gestor também precisa se fazer presente na relação com o empresário, de forma a assumir o papel de consultor que lhe cabe. E, para isso, o tempo se torna um ativo precioso. Delegar atividades, contar com bons profissionais e usar a tecnologia são estratégias que otimizam a gestão contábil, deixando o líder da contabilidade livre para interagir com seus clientes e criar tempo de qualidade e estratégico com eles.
Lucio Flavio Franco, professor da Escola de Negócios da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), explica que, para se manter próximo do cliente, o gestor da empresa contábil deve ser leve e flexível. E o caminho para isso é combinar profissionais bem formados e informados a um alto grau da utilização de tecnologia, com software adequado a cada necessidade do cliente.
“Esse modelo permitirá a liberação de um ativo precioso nos dias de hoje, o tempo. Esse tempo deve ser empregado em reuniões – sejam elas presenciais, sejam por videoconferência – que permitam ao gestor contábil entender o negócio como um todo, incluindo a rotina de funcionamento da empresa, como o time está organizado, ouvir as principais preocupações e compreender se pode ajudar ou orientar para amenizar angústias ou dar soluções ao empresário”.
Vantagens
Conhecer a fundo a realidade do cliente é uma exigência mandatória do mercado contábil atual. Isso porque, de acordo com o docente, “o contador deve ser compreendido como um gestor que está profundamente comprometido com os bons resultados que levem o cliente ao sucesso”. Franco acrescenta que a proximidade entre gestão contábil e cliente apresenta as seguintes vantagens para o último:
- Compreensão dos benefícios e vantagens de um bom planejamento tributário;
- Antecipação do entendimento das análises das leis e regras;
- Foco em sua atividade principal, pois o contábil está bem suportado;
- Capacidade de entender análises de indicadores de resultados e performance.
Delegar funções
Na gestão contábil orientada ao cliente, o líder da contabilidade deve dominar a habilidade de delegar funções. Com o tempo como ativo estratégico, a distribuição de tarefas permite que o contador avance na maturidade de gestão e pratique a proximidade com o cliente.
“Como todo bom gestor, o contador precisa aprender a delegar o máximo possível de atividades. Pois, embora ele possa desenvolver a maioria das obrigações que foram contratadas junto aos seus clientes, não é recomendável que as execute sempre. Ele perceberá com muita facilidade que essa condição o deixaria sem tempo para realizar os principais objetivos de seu negócio. Além de uma boa execução de tarefas, o empresário deseja também uma boa orientação com relação a vários aspectos da gestão de sua empresa”, fundamenta o professor.
Confiança e fidelização
Estar imerso na realidade do cliente garante não apenas soluções consultivas: quando o contador conquista tempo para a proximidade estratégica, promove de forma natural a fidelização. O diferencial nesse processo é a humanização da relação entre gestor contábil e empresário. “O relacionamento entre as pessoas é insubstituível. Mesmo com toda tecnologia, ainda queremos reuniões, presenciais ou não, com outros seres humanos, e não softwares ou máquinas, por mais precisos que sejam”, pondera Franco.
E confiança é tudo nos negócios e na vida. “A confiança se torna muito mais acentuada quando conseguimos ver e ouvir a origem e a fonte do nosso diálogo. O processo comunicacional, seja ele simples, seja tecnológico, ainda precisa de um emissor, um receptor e um feedback compreensível a ambos para atingir seu objetivo”, reforça o especialista da USCS.
