O conceito do Mínimo Produto Viável permite que o gestor contábil possa testar um serviço ou produto empregando o mínimo de recursos antes de colocá-los oficialmente no mercado
Diversos negócios se beneficiam da estratégia do Mínimo Produto Viável ou MVP (do inglês, Minimum Viable Product), principalmente empresas que atuam no contexto das startups. Mas isso não significa que modelos de empreendimento mais tradicionais, como as empresas contábeis, não possam se valer do conceito. Na verdade, diversas iniciativas são lançadas no mercado por meio do Mínimo Produto Viável, pois através desse conceito é possível compreender as implementações e desafios por trás de um produto ou serviço sem desperdiçar recursos (como tempo e dinheiro, por exemplo) e, aos poucos, ir melhorando a ideia até o ponto em que ela possa ser funcional e lucrativa.
O Mínimo Produto Viável foi criado pelo empreendedor norte-americano Eric Ries. O conceito foi apresentado na obra “The Lean Startup” (traduzido para o português como “A Startup Enxuta”), publicado em 2011 e reproduzido em mais de 30 idiomas. A proposta da metodologia criada por Ries é simples: desenvolver e validar um serviço ou produto utilizando o mínimo possível de recursos da empresa. De forma sistemática, o gestor pode testar a ideia, entender a aceitação do mercado, medir os resultados e otimizar a proposta até chegar na versão final e viável economicamente.
Essa estratégia tem sido amplamente utilizada pelas empresas justamente pela proposta Lean (enxuta, em português). Inclusive, existem diversas iniciativas nesse contexto, como programas de inovação e aceleração para empreendimentos que já possuem um Mínimo Viável Produto elaborado. Para compreender como utilizar e implantar essa estratégia, o gestor contábil pode seguir essas três dicas iniciais:
- Entenda a dor dos seus clientes: antes de lançar um serviço ou produto contábil, aplique pesquisas quantitativas e qualitativas para avaliar quais são as reais necessidades dos clientes que você atende ou deseja atender. Aproxime a ideia de queixas reais e compare com outras semelhantes criadas pela concorrência;
- Seja simples: use apenas os recursos fundamentais para que seja possível desenvolver esse novo serviço ou produto. A proposta é entregar a promessa inicial ao mercado sem grandes complexidades, ou seja, de forma simples para que possa ser testada. Assim, caso o produto não seja viável, as perdas são mínimas para a empresa contábil;
- Faça testes: as validações do serviço ou produto são indispensáveis para corrigir possíveis falhas e orientar o gestor contábil para a adoção de estratégias de melhoria. Para isso, busque aproximar o produto de potenciais clientes ou pessoas confiáveis e peça feedbacks.
Benefícios
Um dos principais benefícios do Mínimo Produto Viável é o aprendizado. Com os ajustes necessários para validar o produto, o contador passa a conhecer e compreender novas abordagens de implementação, além de entender melhor a dinâmica do mercado. Mas os ganhos para o escritório contábil vão além:
- O Mínimo Produto Viável permite a evolução constante e sistemática dos serviços ou produtos oferecidos pela empresa;
- Fornece informações para que se tenha mais assertividade nos investimentos;
- Pode acelerar a escalada e o crescimento da empresa;
- Permite que uma ideia seja validada antes de ser posta em prática, utilizando poucos recursos da empresa;
- Amplia a taxa de sucesso e o potencial competitivo do escritório;
- Aumenta a confiabilidade da clientela ao levar em consideração e colocar em prática os feedbacks para possíveis melhorias.
Então, se sua contabilidade está planejando apostar em uma nova ideia de produto ou serviço para seus clientes, estudar e aplicar o Mínimo Viável Produto para validá-la antes de realizar o lançamento oficial da novidade pode ser uma forma muito interessante de reduzir riscos e diminuir a possibilidade de perdas financeiras desnecessárias.
